terça-feira, 13 de maio de 2008

Violência domestica






Violência na intimidade: Violência Doméstica

A violência no contexto da intimidade é um fenómeno que
permaneceu, e permanece, silenciado no interior das famílias, mas
que está cada vez mais a ser denunciado e a ganhar visibilidade.
A violência contra as mulheres, crianças e também homens, é pois,
uma realidade complexa e multidimencional, que atravessa todas as classes sociais, idades e religiões.
A “Violência Doméstica” tem consequências devastadoras para a estruturação pessoal e familiar das vítimas, sendo estas maioritariamente mulheres, crianças e idosos. Como tal há cada vez mais a necessidade de um maior compromisso na procura de respostas, prevenção e de apoio, na reorganização dos afectos e da sociabilidade desfeita que estas vítimas fragilizadas experimentam.
A violência praticada na conjugalidade funciona como um sistema circular, ou seja, começa, processa-se e termina, iniciando-se de novo na fase em que primeiro começou. A isto se chama o Ciclo da Violência Conjugal.
No ciclo da violência conjugal identificam-se três fases: a fase de aumento da tensão; a fase do ataque violento e a fase do apaziguamento.
Na fase de aumento da tensão, as tensões quotidianas acumuladas pelo agressor, que não as sabe resolver sem recurso à violência, são descarregadas na vítima sendo que todos os pretextos são válidos. Na fase do ataque violento, o agressor maltrata física e psicologicamente a vítima, que tenta reagir com passividade para não
agravar a investida. A vítima necessita muitas vezes, de tratamento
hospitalar, onde nem sempre admite a origem dos ferimentos. Na fase
do apaziguamento, o agressor, depois de agredir a vítima, mostra-se
arrependido, e promete que o sucedido não voltará a acontecer, fazendo-a acreditar que foi a última vez que se descontrolou. Este ciclo dificulta a decisão da vítima em abandonar a relação, uma vez que, no final sente sempre esperança de ter uma conjugalidade sem violência.
Muitas das pessoas que são vítimas de crime, não sabem, ou têm dúvidas
sobre o que fazer e necessitam de alguém, que as possa escutar, compreender e ajudar.
O papel do psicólogo na relação terapêutica com uma vítima de violência passa
pela facilitação da expressão emocional por parte da mesma, demonstrando-lhe
que pode partilhar os seus sentimentos sem nunca ser julgado. O psicólogo
deve também facilitar à vítima a compreensão dos seus problemas e das suas
respostas a eles, o que facilita a identificação e possível resolução de problemas.
Ninguém deve temer procurar apoio por medo de ser julgado ou criticado, o que nunca acontecerá. As consultas são privadas e a psicóloga conta com experiência na área do atendimento a vítimas de violência, sejam homens, mulheres, crianças ou idosos.
Lígia Viegas
Psicóloga Clínica

As Novas Crianças


As Crianças Índigo e Cristal

Ao longo da história da psicologia, foram criados diversos sistemas destinados a agrupar os seres humanos de acordo com as suas características e comportamentos.
Todos parecemos encaixar em sistemas de padrões comportamentais que permitem identificar e correlacionar os comportamentos humanos. Alguns destes sistemas são muito antigos, outros, extremamente recentes, mas todos existem para que os seres humanos melhor se compreendam.
Actualmente muitos pais, professores e educadores queixam-se dos seus filhos e/ou educandos, acusando-os de serem teimosos, revoltados, incontroláveis ou simplesmente indiferentes. A cultura, os sistemas e os modelos existentes já não conseguem dar resposta a este novo acontecimento. A evolução das espécies e as mudanças no planeta, acabam por também transformar o ser humano. É neste contexto de mudança que são apresentadas estas crianças de características especiais.
Estas crianças são particularmente sensíveis, extremamente intuitivas e autónomas não se identificando com a maior parte das ideologias políticas, filosóficas ou religiosas. Por definição, as crianças dos dias de hoje, demonstram uma série de atributos psicológicos novos e pouco habituais com padrões de comportamento diferentes dos que estamos habituados a ver noutras crianças.

Algumas das características destas crianças são:
­ forte auto-estima;
­ oposição à disciplina e à autoridade;
­ recusam-se a seguir ordens;
­ frustram-se perante sistemas e rituais (cerimónias) que requerem pouca criatividade;
­ não conseguem esperar em filas, por falta de paciência;
­ encontram melhores maneiras de fazer as coisas em casa e na escola, o que desconcerta pais e educadores;
­ inconformistas;
­ não respondem a mecanismos de culpa, requerem que lhes provem que estavam errados;
­ aborrecem-se com tarefas impostas e repetitivas;
­ bastante criativos;
­ distraídos, gostam de fazer várias coisas ao mesmo tempo;
­ apresentam forte intuição;
­ manifestam a sua empatia, ou antipatia, imediatamente e sem rodeios;
­ desenvolvem pensamento abstracto desde pequenos;
­ muito inteligentes e talentosos;
­ é-lhes frequentemente diagnosticada a Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção, ou somente Défice de Atenção;
­ talentosos, sonhadores e visionários;
­ inteligência espiritual e/ou habilidades psíquicas;
­ podem ter problemas com a ira, se percebem que estão a ser injustos, ou falsos com eles;

Os comportamentos negativos tendem a atenuar, e até mesmo desaparecer, quando as crianças são acompanhadas em actividades extracurriculares criativas, artísticas e harmoniosas.
Técnicos especializados desenvolvem programas adaptados às necessidades de cada criança, de forma a prevenir o stress escolar, assim como a desmotivação, apatia e desinteresse. Estes programas têm obtido resultados bastante positivos, permitindo a estas crianças atingir sucesso escolar, integração familiar e social.

Lígia Viegas
Psicóloga Clínica

Fontes:
Carroll, L. & Tober, L. (2007). As Crianças Índigo. (2ª ed). Lisboa: Sinais de Fogo.
Guerra, T. (2007). As Crianças Índigo e Cristal. Lisboa: Sinais de Fogo.